
Categoria: Artigos
Data: 08/06/2025
Eram 11:20h da manhã do dia 18 de junho de 1944. Londres estava mergulhada em fogo e fumaça, e um pregador chamado Martyn Lloyd Jones ocupa o púlpito rivalizando com os sons de sirenes anunciado mais uma invasão aérea. O lançamento de bombas teleguiadas pelos alemães tinha começado alguns dias antes, e segundo o historiador Ian Murray mais de 10 mil pessoas já teriam sido vitimadas em uma semana.
No meio do caos e do medo, o pastor Lloyd Jones fez a sua oração, tendo que pausar em alguns momentos em razão do crescente estrondo, momentos em que toda a congregação segurava a respiração. Então a bomba cai, caíram pedaços do teto e apareceram rachaduras na capela. A poeira fina da guerra invadiu a igreja e assentou sobre a cabeça dos fiéis. Estes, alarmados colocaram-se de pé, e olharam para o pastor buscando orientações ou no mínimo um exemplo de conduta: ele simplesmente terminou a sua oração, abriu a bíblia e começou a pregar a Palavra.
Ainda que esta tenha sido uma das situações mais singulares para a vida daquela igreja, o seu pastor compreendia que existia um aspecto de continuidade ou normalidade no meio daquela situação tão excepcional: todo o culto, e todo ato de adoração a Deus, é realizado em meio a uma guerra feroz. E ainda que esta seja espiritual não é menos real e perigosa.
Antes de vir até o lugar de adoração, o diabo espalhou várias setas e armadilhas para nos afastar do ajuntamento, e nos afastar de Deus. Enquanto estamos aqui, lutando para curvar nosso coração em adoração, uma batalha é travada no coração – o pecado tenta nos distrair da grandeza de Deus. Antes, durante e depois o mundo concorre com o Senhor por nossa atenção e devoção, numa guerra de adoração.
O cristão, como estrangeiro e peregrino, vivendo na Babilônia, precisa então estar consciente desse combate, a fim de resistir às investidas do mundo usurpador, mantendo-se fiel ao Deus que requer exclusividade, permanecendo do lado que vencerá a guerra da adoração.